Monday, March 24, 2014

Meio século depois, Brasil começa a reverter desigualdade econômica da ditadura

Meio século depois, Brasil começa a reverter desigualdade econômica da ditadura

O Índice de Gini, que mostra o nível da concentração de renda no país e que, quanto mais perto de zero, mais igualitária é a sociedade, voltou atualmente aos 0,500 nos rendimentos de todos os trabalhadores, o mesmo índice de 1960 captado pelo Censo Demográfico. Em 1970, a taxa já tinha subido para 0,56; em 1980 para 0,59; e em 1991 para 0,63. A queda só começou a acontecer sistematicamente no Século XXI.A chaga da desigualdade manchava o Milagre Econômico. O Gini hoje no Brasil ainda é alto, está entre os dez mais altos do mundo. Os preços relativos da força de trabalho na época perderam para todos os outros fatores da economia: Salário era o único ativo da camada mais baixa na estrutura de renda. A política econômica na ditadura, pelo menos até meados dos anos 70, foi implementada com o claro objetivo de estimular o crescimento. Mão de obra barata era parte importante da equação porque garantia custo baixo para investidores.

O salário mínimo foi o instrumento. A indexação funcionava com múltiplos do mínimo. O valor de R$ 724 ainda é menor que o do início de 1964, que ultrapassava mil reais, e do pico dos anos 1950. Em fevereiro de 1964, João Goulart dá um forte aumento para o mínimo. Mas ainda estamos recuperando valores dos anos 1950. Estamos hoje perto dos de 1962.A abertura democrática mostra esses efeitos paulatinos sobre a distribuição, que ficam mais fortes depois de 2000. Ele afirma que 70% do crescimento da renda entre 1960 e 1970 foram apropriados pelos 10% mais ricos da população: O período militar apenas agravou (a desigualdade).


Albert Fishlow, de 1972, professor emérito da Universidade de Columbia, que constatava esse salto na direção da concentração de renda.Corrigia-se o salário real médio dos últimos 24 meses, somava-se taxa de produtividade e uma parte da expectativa de inflação. Só que as previsões sempre eram bem menores que a subida real dos preços. A fórmula ajudou a segurar a inflação. O presidente do Banco Central Carlos Langoni, na época recém-chegado do doutorado na Universidade de Chicago, diz que o arrocho salarial afetou a desigualdade, mas aponta outro fator determinante: a falta de educação.Hoje há um reconhecimento generalizado sobre a melhora na distribuição de renda — conta Fishlow. Como a economia acelerou seu crescimento, a demanda por mão de obra começou a disparar. Só que a oferta de mão de obra qualificada era pouco elástica, e a disparidade dos salários começou a aumentar, educação era fator preponderante para explicar a piora na distribuição de renda. O salário dos 10% mais ricos, que era 34 vezes maior que o dos 10% mais pobres, pulou para 40 vezes mais dez anos depois.

1 comment:

  1. O povo da Bélgica e o povo da India. São duas realidades e uma Matrix. O problema da formação brasileira é esse. Migrantes Voluntários vs Involuntários + Nativos. A Matrix está de um lado, saber navegar nos dois e reconhecer as mentiras do brasil belga sobre o brasil índia. Estou dissociado da realidade quando estou na bélgica. Mas não ignoro os processos da India, tenho consciência do seus espírito da sua realidade material. Entender o brasil como condado belga tropical é fundamental para entender a situação material e espiritual na India.

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