É importante ter em mente que
apesar de ser noticiado que a Venezuela está "a beira da guerra
civil", quando os protestos representam apenas parte da oposição e são
menores que os de junho de 2013 no Brasil (inclusive no número de mortes: oito
nesse mês, sem contar os 14 da invasão da Favela Nova Holanda). Pior,
nas redes sociais circulam diversas notícias falsas que alegam o número absurdo
de 3 mil mortes, bem como imagens de protestos, repressão, mortes e torturas em
diferentes países (inclusive Brasil, Bulgária, Espanha, Chile, Cingapura e
Síria) como se fossem da Venezuela de hoje. Até uma cena de filme pornô foi
divulgada como estupro de um jovem por policiais chavistas.
Portanto, o Risco político
Venezuelano não pode ser mensurado pela impressão que nos é passada com os
protestos. Devemos evitar uma interpretação passiva para não entrar no clima
histérico em torno do tema criado pelas rede . Embora a TV e as Redes Sociais
nos bombardeiem com fotos, vídeos e notícias temos que fazer um raciocínio
interpretativo antes de apostar no caos político na Venezuela, a final de
contas depois da busca por armas de destruição em massa no Iraque temos que
tomar cuidado para que as narrativas das histórias não acabem ditando o curso
da própria história.
Então vamos a alguns pontos a
respeito do RISCO POLÍTICO venezuelano.
A oposição na Venezuelana e os
protesto:
A Venezuela vive um momento de
exaustão de políticas distributivas como aqui. O chamado Socialismo do Século
XXI que a grosso modo representou um conjunto de reformas econômicas de cunho
distributivo elevaram presença do Estado na economia o que repercutiu na perda
de dinamismo/crescimento em prol da distribuição de renda. Essa fragilidade
está sendo questionada no atual momento de deterioração dos termos de troca
venezuelanos.
·
Chavez sofreu um
golpe semelhante em 2002. O momento econômico era ruim e talvez pior que o
atual, mas mesmo com apoio dos Estados Unidos e condenação então presidente
FHC, ocorreu o contragolpe e Chavez foi reinstituído pela Guarda Nacional.
·
Existe na Venezuela,
assim como no Brasil, uma oposição inflamada que quer aproveitar o momento
econômico ruim para fragilizar o governo Maduro que num país desigual tem
estado mais alinhado ao interesse dos mais pobres, maioria da população.
·
O principal líder da
oposição e segundo colocado na última eleição venezuelana Henrique Capriles não
está apoiando os protestos, a constituição de lá prevê referendo do presidente
no meio do mandato, ou seja daqui a dois anos e ele prefere apostar no
questionamento democrático.
·
Os protestos eram
articulados por Leopoldo Lopez (preso semana passada) um líder político de
reputação duvidosa que teve seus direitos políticos cassados por corrupção e
ainda segundo a diplomacia americana (Wikileaks) não é uma pessoa confiável.
·
Até agora, o saldo
da aventura de López ao tentar ultrapassar Capriles pela direita é uma oposição
mais dividida, mas ela também mostrou fissuras do lado do governo,
especialmente dificuldades de controlar seus próprios radicais.
No comments:
Post a Comment