Friday, March 14, 2014

É importante ter em mente que apesar de ser noticiado que a Venezuela está "a beira da guerra civil", quando os protestos representam apenas parte da oposição e são menores que os de junho de 2013 no Brasil (inclusive no número de mortes: oito nesse mês, sem contar os 14 da invasão da Favela Nova Holanda).  Pior,  nas redes sociais circulam diversas notícias falsas que alegam o número absurdo de 3 mil mortes, bem como imagens de protestos, repressão, mortes e torturas em diferentes países (inclusive Brasil, Bulgária, Espanha, Chile, Cingapura e Síria) como se fossem da Venezuela de hoje. Até uma cena de filme pornô foi divulgada como estupro de um jovem por policiais chavistas.

Portanto, o Risco político Venezuelano não pode ser mensurado pela impressão que nos é passada com os protestos. Devemos evitar uma interpretação passiva para não entrar no clima histérico em torno do tema criado pelas rede . Embora a TV e as Redes Sociais nos bombardeiem com fotos, vídeos e notícias temos que fazer um raciocínio interpretativo antes de apostar no caos político na Venezuela, a final de contas depois da busca por armas de destruição em massa no Iraque temos que tomar cuidado para que as narrativas das histórias não acabem ditando o curso da própria história.

Então vamos a alguns pontos a respeito do RISCO POLÍTICO venezuelano.

A oposição na Venezuelana e os protesto:

A Venezuela vive um momento de exaustão de políticas distributivas como aqui. O chamado Socialismo do Século XXI que a grosso modo representou um conjunto de reformas econômicas de cunho distributivo elevaram presença do Estado na economia o que repercutiu na perda de dinamismo/crescimento em prol da distribuição de renda. Essa fragilidade está sendo questionada no atual momento de deterioração dos termos de troca venezuelanos.

·         Chavez sofreu um golpe semelhante em 2002. O momento econômico era ruim e talvez pior que o atual, mas mesmo com apoio dos Estados Unidos e condenação então presidente FHC, ocorreu o contragolpe e Chavez foi reinstituído pela Guarda Nacional.
               
·         Existe na Venezuela, assim como no Brasil, uma oposição inflamada que quer aproveitar o momento econômico ruim para fragilizar o governo Maduro que num país desigual tem estado mais alinhado ao interesse dos mais pobres,  maioria da população.

·         O principal líder da oposição e segundo colocado na última eleição venezuelana Henrique Capriles não está apoiando os protestos, a constituição de lá prevê referendo do presidente no meio do mandato, ou seja daqui a dois anos e ele prefere apostar no questionamento democrático.

·         Os protestos eram articulados por Leopoldo Lopez (preso semana passada) um líder político de reputação duvidosa que teve seus direitos políticos cassados por corrupção e ainda segundo a diplomacia americana (Wikileaks) não é uma pessoa confiável.


·         Até agora, o saldo da aventura de López ao tentar ultrapassar Capriles pela direita é uma oposição mais dividida, mas ela também mostrou fissuras do lado do governo, especialmente dificuldades de controlar seus próprios radicais.

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