- Arriscando
a própria pele: Assimetrias ocultas no cotidiano (Portuguese Edition)
- distorções da simetria e da reciprocidade na
vida: se você obtém as recompensas, deve também correr alguns riscos,
- Se você inflige riscos a outras pessoas, e
elas são prejudicadas, você deve pagar um preço por isso.
- A mesma ideia estabelece o vínculo entre as
noções de incentivos, compra de carros usados, ética, teoria do contrato,
aprendizagem (vida real versus comunidade acadêmica), imperativo
kantiano, poder
- arriscar a própria pele (ou seja, simetria)
na maior parte de seus aspectos.
- justificar incessantemente um princípio é
degradá-lo.
- Antifrágil1, mostrei que a maioria das coisas
que acreditamos terem sido “inventadas” por universidades foram na
verdade descobertas por improviso e depois legitimadas por algum tipo de
formalização. O conhecimento que obtemos por meio da improvisação,
fuçando e bisbilhotando,
- deixam a desejar até mesmo quanto ao
raciocínio puro, que eles abafam em um rebuscado e semiabstrato discurso
carregado de modismos e jargão técnico.
- 1) eles pensam em estáticas, não em
dinâmicas, 2) pensam em dimensões baixas, não altas, 3) pensam em termos
de ações, nunca interações.
- Cisne Negro (um evento improvável de alto
impacto) em homenagem ao livro de um sujeito (muito) teimoso,4 sem
perceber que não se deve alterar um sistema se os resultados estiverem
rodeados de incerteza
- acúmulo de riscos ocultos e assimétricos no
sistema: banqueiros, mestres na transferência de risco, poderiam ganhar
um bom dinheiro a partir de um tipo de riscos explosivos ocultos, usar
modelos acadêmicos de risco que só funcionam no papel
- Via negativa é o princípio de que sabemos o
que está errado
- A ideia é fractal, no sentido de que funciona
em todas as escalas: seres humanos, tribos, sociedades, grupos sociais,
países etc., pressupondo-se que cada um é uma unidade autônoma separada
e, como tal, pode lidar com outros equivalentes. Assim como os indivíduos
devem tratar os outros da maneira pela qual gostariam de ser tratados (ou
evitar serem maltratados), as famílias como unidade deveriam tratar
outras famílias da mesma maneira. E, algo que torna ainda mais
repugnantes os intervencionistas do prólogo (parte 1), os países deveriam
agir da mesma
- é mais fácil saber que algo está errado do
que encontrar uma solução para o problema.
- ações que eliminam são mais robustas do que
as que adicionam, pois a adição pode ter complicados e invisíveis
circuitos cíclicos de reações negativas.
- “Em tudo, façam aos outros o que querem que
eles façam a vocês.” (Mateus
- “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.”
(Levítico 19:18)
- “Age somente, segundo uma máxima tal, que
possas querer ao mesmo tempo que se torne lei universal.” (Kant, 1785: 4:421)
- Ao contrário da de Ouro; Regra de Prata diz:
Não trate os outros da forma como não gostaria de ser tratado. Mais
vigorosa? Como? Por que a Regra de Prata é mais vigorosa?
- problema do principal-agente) também se
manifesta no desalinhamento de interesses nas transações: a parte
fornecedora em uma transação imediata não tem seus interesses alinhados
com a sua — e por isso pode esconder coisas de você.
- a Inteligência do Tempo (uma manifestação do
efeito Lindy, ao qual dediquei um capítulo inteiro, e pelo qual 1)
- tempo elimina o frágil
- expectativa de vida do não frágil
- “A sobrevivência dá as cartas e o papo furado
cai fora.” Ou como diria Tony Gordo: “A sobrevivência fala mais alto e o
papo furado vaza”.
- jogue luz sobre o suspeito e é só esperar ele
dar com a língua nos dentes).
- Arriscar a própria pele pode tornar tarefas
enfadonhas menos enfadonhas.
- Muitos viciados, que normalmente têm um
intelecto medíocre e a agilidade mental de uma couve-flor — ou de um
especialista em política externa —, são capazes de arquitetar os truques
mais engenhosos para conseguir drogas.
- Sem o vício, seus poderes milagrosos desaparecem.
- Quando as pessoas negociam, quase sempre
preferem chegar a um acordo (como parte do contrato) em algum local da
Comunidade das Nações (ou outrora de jugo britânico), como um fórum em
caso de disputa: Hong Kong e Cingapura são os favoritos na Ásia; Londres
e Nova York no Ocidente.
- libertarianismo deôntico (o deôntico vem de
“deveres”): ao regulamentar, você está privando as pessoas da liberdade.
- Produtos ou empresas que levam o nome do dono
transmitem mensagens muito valiosas. Eles gritam que têm algo a perder. O
epônimo indica tanto um comprometimento com a empresa como a confiança no
produto.
- Mas outros países ocidentais, a exemplo da
França e do Reino Unido, permitem a seus cidadãos consideráveis isenções
caso residam em algum paraíso fiscal. Isso incentiva um conjunto de
pessoas a “comprar” uma cidadania via investimentos e residência por um
período mínimo,
- Um país não deveria tolerar esses “amigos da
onça”, os amigos só para as horas boas. Há algo de ofensivo em obter uma
nacionalidade sem arriscar a própria pele,
- eventos imprevisíveis, o tema de Antifrágil,
foi esboçado em A lógica do Cisne Negro; e, por fim, Arriscando a própria
pele era um segmento de Antifrágil sob a insígnia Não te tornarás
antifrágil às custas dos outros.
- como Donald Trump venceu a eleição graças a
suas imperfeições.
- Explica a teoria ergódica, que estava em
aberto. Finalmente, o capítulo esboça o que chamamos de princípio da
precaução.
- Vender para outros negociadores e
especialistas no pregão estava fora de questão, já que os traders
profissionais, normalmente não golfistas, percebiam o excesso de estoque
e faziam com que o preço desabasse.
- Como os romanos sabiam muito bem, o vendedor
elogia alegremente a mercadoria para se livrar dela.
- afinidade relacional, outras com quem
tínhamos uma relação transacional.
- A sharia, em particular a lei que regulamenta
as transações e as finanças islâmicas,
- regras de comércio fenícias, legislações
babilônicas e costumes comerciais tribais árabes
- transparência com relação à mercadoria, mas
talvez seja obrigatório haver transparência em relação ao que o vendedor
tem em mente, o que ele pensa lá no fundo.
- Friedrich Nietzsche entendeu:
- Piedade para todos seria dureza e tirania
contra ti mesmo, meu caro. Nietzsche, a propósito, é a única pessoa com
quem Tony Gordo (ao ouvir suas citações) disse que jamais debateria.
- “democracia”, aplicam-na apenas a seus
cidadãos, não aos escravizados ou aos metecos (os estrangeiros residentes
na pólis, o equivalente a portadores de green card ou do visto H-1B).
- não pense que a propagação de carros com
câmbio automático seja necessariamente devida a uma preferência da
maioria;
- os custos dos alimentos (perecíveis) nos
Estados Unidos são em larga medida cerca de 80% ou 90%, determinados pela
distribuição e armazenamento, não pelo custo no nível agrícola.
- há maior demanda para os alimentos orgânicos,
graças à regra da minoria, os custos de distribuição diminuem
- assim como pessoas não kosher podem comer
kosher. É com essas pessoas que se deve tomar cuidado, pois são elas que
podem aumentar o número de votos para o partido extremista.
- Se a sua secretária só sabe ouvir o ditado em
aramaico, você usará aramaico. Isso levou à estranheza de o aramaico ser
usado na Mongólia, pois os registros eram mantidos no alfabeto siríaco (o
siríaco é o dialeto oriental do aramaico). E, séculos depois, a história
se repetiria ao contrário,
- Vamos conjecturar que a formação de valores
morais na sociedade não vem da evolução do consenso. Não, é a pessoa mais
intolerante que impõe a virtude aos outros precisamente por causa dessa
intolerância. O mesmo pode ser aplicado aos direitos civis.
- Como vimos anteriormente, a regra da minoria
está por trás do pensamento de Karl Popper. Mas Popper é severo demais,
então vamos deixá-lo para mais tarde e, por ora, discutir o mais
divertido e jovial Richard Feynman, o cientista mais irreverente e
brincalhão de seu tempo. Seu livro de histórias pitorescas,
- “cauda curta”, ou membro da família gaussiana
de distribuições.
- Extremistão: um processo em que o total pode
ser compreensivelmente impactado por uma única observação (digamos, por
exemplo, a renda de um escritor). Também chamado de “cauda longa”. Inclui a
família de distribuições fractais, ou da lei de potência.
- ESTABILIDADE DA REGRA DA MINORIA, UM ARGUMENTO
PROBABILÍSTICO
- Para onde quer que olhemos na sociedade e na
história, a tendência é constatar que prevalecem as mesmas leis morais
gerais, com algumas variações pouco significativas:
- Um funcionário é — por definição — mais
valioso dentro de uma empresa do que fora dela; isto é, mais valioso para
o empregador do que para o mercado.
- Como relatei em Antifrágil, foi uma ordem de
venda ativada pelo banco parisiense Société Générale, que descobriu uma
aquisição oculta por um trader desonesto e especulador e quis reverter a
compra.
- Suas ideias são tão rigorosas que ele é
conhecido pelo Teorema de Coase (sobre como os mercados são muito
inteligentes na alocação de recursos e de chateações como poluição),
- Steven Pinker, com mais domínio da língua
inglesa do que da teoria da probabilidade. Ele mostra que as propriedades
locais falham e que a suposta matemática usada para provar o gene egoísta
é lamentavelmente ingênua e mal aplicada.
- contratos podem ser muito dispendiosos para
negociar devido aos custos de transação; a solução é incorporar sua
empresa e contratar funcionários com claras descrições do cargo
- Um homem da empresa é alguém que sente que
tem algo enorme a perder se não se comportar como um homem da empresa —
ou seja, ele arrisca a própria pele.
- As multinacionais criaram a categoria de
expatriados, uma espécie de diplomata com um padrão de vida mais alto que
representa a empresa em terras distantes e administra os negócios
- TEORIA DA EMPRESA DE COASE
- Porque quanto mais longe da sede da empresa
um funcionário está localizado, quanto mais autônoma sua unidade, mais
você quer que ele seja um escravo, para que assim não faça nada fora do
padrão por conta própria.
- as pessoas gostam de pessoas, e desistem de
negócios quando são atendidos ao telefone por alguém genérico e bem-educado
no lugar de seu caloroso e muitas vezes exuberante vendedor-amigo.
- Leve em conta que as “maneiras” inglesas
foram impostas à classe média como uma forma de domesticá-las, além de
incutir nelas o medo de transgredir regras e violar normas sociais.
- É muito mais fácil fazer negócios com o
proprietário do que com algum funcionário que provavelmente perderá seu
emprego no ano seguinte; da mesma forma, é mais fácil confiar na palavra
de um autocrata do que na de uma frágil autoridade eleita. Assistir a
Pútin me fez perceber que animais domesticados
- ENCONTRANDO VULNERABILIDADES ESCONDIDAS
- regra da minoria, basta um número muito
pequeno de detratores que usem modismos, clichês, jargões rebuscados e
equivocados que fazem as pessoas se encolher de medo (“racista”, por
exemplo) para apavorar uma instituição inteira. Instituições são
empregados — funcionários vulneráveis e preocupados com a própria
reputação.
- Em primeiro lugar, pessoas abomináveis (e
simpatizantes salafistas) tendem a ser burras, como as pessoas que agem
apenas em multidões. Além disso, aqueles que se envolvem em campanhas de
difamação como uma profissão são necessariamente incompetentes
- na Antiguidade, quando a dívida era um fardo
que atravessava gerações, a resposta não era clara nem bem definida:
havia um mecanismo de equilíbrio de limpeza periódica, em que se passava
uma esponja (literalmente) no passado, com o hábito do perdão das dívidas
no jubileu ou ano jubilar.
- “Se um construtor edifica uma casa mas não
reforça seu trabalho e a casa que ele construiu desaba e causa a morte do
proprietário, esse construtor deverá ser condenado à morte. Se o filho do
proprietário morrer, o filho do construtor deverá ser condenado à morte”.
- Cicatrizes sinalizam
- arriscar a própria pele.
- aquela classe de semi-intelectuais
paternalistas e especialistas com alguma educação universitária de elite
estilo Ivy League, Oxford-Cambridge ou
- dizendo ao resto de nós 1) o que fazer, 2) o
que comer, 3) como falar, 4) como pensar e…. 5) em quem votar.
- O intelectual porém idiota (IPI) é um produto
da modernidade, por isso tem proliferado desde pelo menos a metade do
século XX, para alcançar hoje um supremo2 local, a ponto de estarmos
cercados por pessoas que não arriscam a própria pele.
Olavao da massa - INTELECTUAL PORÉM FILISTEU
- assina The New Yorker (ou Piaui), revista
criada para que os filisteus possam aprender a fingir uma conversa
- nada de arriscar a própria pele,
- votou em Hillary
- descobri que o típico IPI tem dificuldade,
quando lê, para diferenciar entre o satírico e o literal.
- ESTÁTICO E O DINÂMICO
- enfoque, o estático e o dinâmico, já que
arriscar a própria pele pode transformar um tipo de desigualdade em
outro.
- ergodicidade, que começaremos a definir daqui
a alguns parágrafos é, de fato, na minha opinião, o melhor indicador para
separar um estudioso genuíno que entende algo sobre o mundo de um
picareta acadêmico que participa da redação ritualística de artigos
acadêmicos.
- Essa é a razão pela qual a teoria da
complexidade e as caudas longas (que explicaremos algumas páginas
adiante) são desconhecidas para a maioria deles; os economistas também
têm (severas) dificuldades com as intuições matemáticas e conceituais
necessárias para se aprofundar na teoria de probabilidade.
- se alguém entrar na classe média baixa (vindo
de cima), nunca terá a chance de sair dali e enriquecer (se quiser, é
claro), portanto, justifica-se que a pessoa se ressinta dos ricos. Você
notará que, onde o Estado é forte, as pessoas no topo tendem a ter pouca
mobilidade descendente — em lugares como a França, o Estado é amigo
íntimo das grandes corporações e protege seus executivos e acionistas de
sentirem na pele essa descendência; até mesmo encoraja a ascensão deles.
- PIKETTISMO E A REVOLTA DA CLASSE DOS MANDARINS
- Piketty imitou Karl Marx
- economistas que trabalham com desigualdade
não estavam familiarizados com a… desigualdade. A desigualdade é a
desproporção do papel da cauda — as pessoas ricas estavam nas caudas da
distribuição.9 Quanto mais desigualdade no sistema, maior o efeito “o
vencedor leva tudo”, e mais nos afastamos dos métodos Mediocristãos de
cauda curta (ver Glossário) em que os economistas foram formados.
- razão pela qual as pessoas comuns não são tão
rancorosas quanto os “intelectuais” e burocratas é que a inveja não
percorre longas distâncias, tampouco atravessa muitas classes sociais. A
inveja não se origina junto aos empobrecidos, preocupados com a melhoria
de sua condição, mas no seio da classe administrativa e burocrática.
- uma pessoa rica isolada da socialização vertical
com os pobres, os pobres tornam-se algo inteiramente teórico, uma
referência de livros didáticos. Como mencionei no capítulo anterior,
ainda estou para ver um decano bien pensant de Cambridge saindo para
beber com taxistas paquistaneses ou levantando peso na companhia de
falantes do dialeto cockney.
- o jornalista de ciência Steven Pinker apelou
para esse truque com seu livro The Better Angels of Our Nature,14 que
alega ter havido um declínio da violência na história humana
contemporânea, o que ele atribui a instituições modernas.
- quando submetemos os “dados” de Pinker a
escrutínio, descobrimos que ou ele não entendia seus próprios números
- ele não entendia) ou tinha uma história em
mente e continuou adicionando gráficos, sem perceber que estatísticas não
dizem respeito a dados, mas a destilação, rigor e evitar ser enganado
pela aleatoriedade — mas não importa, o público em geral e seus colegas
IPIs adoradores do Estado acharam impressionante (por algum tempo). ÉTICA
DO FUNCIONALISMO PÚBLICO Vamos terminar esta discussão com uma injustiça
que é pior do que a desigualdade: a dolorosa visão dos indivíduos da
retaguarda do funcionalismo público que não correm riscos e enriquecem.
- Um servidor público ou servidora pública pode
criar regras que sejam benéficas para um setor como o bancário — e depois
correr em disparada para o J. P. Morgan e recuperar um múltiplo da
diferença entre seu salário atual e a taxa de mercado (os reguladores, o
leitor deve se lembrar, têm um incentivo para tornar as regras tão
complexas quanto possível, para que seus conhecimentos especializados
possam ser contratados mais tarde a um preço mais alto). Portanto, há um
suborno implícito no funcionalismo público: a pessoa atua como o criado
de uma indústria, digamos, a Monsanto, e eles cuidam dela mais tarde.
- uma ideia precisa ser convexa
- (antifrágil),
- Pense nos diretores-executivos das corporações:
eles não apenas têm a aparência física adequada para o papel, eles
inclusive parecem idênticos. E, pior, quando você os ouve falar, o som de
sua voz é igual, com o mesmo vocabulário
- Praticamente todo banqueiro privado é
ensinado a não se deixar enganar pela aparência do cliente e evitar ir
atrás de donos de Ferraris em country clubs.
- Mas para um negócio real (em oposição a um
esquema de arrecadação de fundos), algo que deve sobreviver por conta
própria, os planos de negócios e o financiamento funcionam de trás para a
frente. No momento em que escrevo, a maioria dos gigantescos sucessos
recentes (Microsoft, Apple, Facebook, Google) foi iniciada por pessoas
que se dedicaram de corpo e alma e cresceram organicamente — se
recorreram ao financiamento, foi para expandir ou para permitir que os
sócios vendessem ativos a fim de sacar dinheiro durante tempos difíceis;
o financiamento não era a principal fonte de criação.
- Nunca contrate um acadêmico a menos que a
função dele seja participar dos rituais de escrita de artigos ou fazer
provas.
- à honra de correr risco econômico. Mas a
história mostra que existiam — e ainda existem — sociedades nas quais o
intelectual estava no topo. Para os hindus, o brâmane ocupava o primeiro
lugar na hierarquia, os celtas tinham os druidas (assim como os drusos,
seus possíveis primos), os egípcios tinham seus escribas, e os chineses,
por um tempo relativamente breve, os eruditos. Permita-me adicionar a
França do pós-guerra. Pode-se notar uma extraordinária semelhança com a
forma como esses intelectuais detiveram o poder e se apartaram dos
demais: por meio de rituais complexos e extremamente elaborados,
mistérios que permaneciam dentro da casta, e um foco primordial no
cosmético.
- a classe de intelectuais tem extremo
entusiasmo por rituais: sem pompa e cerimônia, o intelectual não passa de
um tagarela, isto é, um nada.
- Richard Dawkins […] argumenta que “Ele se
comporta como se tivesse solucionado um conjunto de equações diferenciais
para prever a trajetória da bola. Em algum nível subconsciente, algo
funcionalmente equivalente a cálculos matemáticos está acontecendo”. […]
Em vez disso, experimentos mostraram que os jogadores confiam em várias
heurísticas. A heurística do olhar fixo é a mais simples e funciona se a
bola já estiver no ar: fixe seu olhar na bola, comece a correr e ajuste
sua velocidade de corrida de modo que o ângulo do olhar permaneça
constante. Esse erro do escritor de ciência Richard Dawkins
generaliza-se, em termos simples, para a superintelectualização dos seres
humanos em suas respostas a todos os tipos de fenômenos naturais,
- “crenças” religiosas são simplesmente
heurísticas mentais que resolvem uma gama de problemas — sem que o agente
saiba de fato como. Solucionar equações a fim de
- A lógica do Cisne Negro tive que preencher
meu formulário de avaliação pedindo a porcentagem de dias lucrativos,
incentivando os traders a ganhar dinheiro estável à custa dos riscos
ocultos dos Cisnes Negros, perdas importantes.
- Nos Estados Unidos, temos um acúmulo de
empréstimos estudantis que são transferidos automaticamente para esses
extratores de riqueza alheia.
- ACADEMIAS DE VERDADE NÃO PARECEM ACADEMIAS
- os acadêmicos vendam a solução mais
complicada possível quando uma solução simples daria conta do
- As pessoas só podem ser amigos se não se
esnobarem arrogantemente entre si, se não passarem a perna uma na outra e
se uma não quiser ofuscar a outra. De fato, a clássica arte da
conversação é evitar qualquer tipo de desequilíbrio,
- Na verdade, sendo rica, a pessoa precisa
esconder seu dinheiro se quiser ter o que eu chamo de amigos.
- coisa mais interessante sobre os Assassinos é
que o assassinato propriamente dito não era uma prioridade. Eles
preferiam outros meios. Preferiam ser donos de seus inimigos e
controlá-los.
- você não entende alguma coisa e ela tem um
efeito sistêmico, simplesmente evite-a.
Like stabing bozo - Como disse Donald Trump: “Os fatos são verdadeiros,
a notícia é falsa”
- Popper invariavelmente iniciava uma discussão
com uma infalível representação das posições de seu adversário, muitas
vezes exaustiva, como se as estivesse vendendo como suas próprias ideias,
antes de passar sistematicamente a desmantelá-las.
- diatribes de Hayek, Contra Keynes e
Cambridge: era um “contra”, mas nem uma única linha sequer deturpa Keynes
ou faz uma tentativa explícita de sensacionalismo
- as pessoas se sentiam intimidadas demais pelo
intelecto e a personalidade agressiva de Keynes para se arriscarem a
despertar sua ira).
- Sempre me lembrarei do meu encontro com a
escritora e ícone cultural Susan Sontag, principalmente porque no mesmo
dia conheci o formidável Benoît Mandelbrot. Aconteceu em 2001, dois meses
após o Onze de Setembro, em uma estação de rádio em Nova York.
- Dois anos depois, acidentalmente topei com
seu obituário (esperei uma década e meia antes de escrever sobre o
episódio a fim de evitar falar mal dos que já partiram desta para
melhor). As pessoas do meio editorial estavam reclamando da ganância de
Sontag; ela havia extorquido sua editora, a Farrar, Straus & Giroux,
exigindo o que seriam vários milhões de dólares por um romance. Ela dividia
com a namorada uma mansão em Nova York, mais tarde vendida por 28 milhões
de dólares. Sontag provavelmente julgou que insultar as pessoas
endinheiradas infundia nela alguma espécie de santidade incontestável e
irrepreensível, isentando-a de arriscar a…
- Mas há coisa pior: É muito mais imoral alegar
virtude sem viver plenamente com suas…
- Em contraste com Sontag, conheci algumas
poucas pessoas que vivem suas ideias públicas. Ralph Nader, por exemplo,
leva uma vida monástica, idêntica à de um membro de um mosteiro no século
XVI. E a santa secular Simone Weil, embora proveniente da classe alta
judaica francesa, passou um ano em uma fábrica de automóveis para que a
classe trabalhadora pudesse ser para ela algo diferente de uma construção
abstrata. O
PÚBLICO E O…
- Se um vendedor de carros tenta lhe vender um
carro de Detroit enquanto dirige um Honda, está sinalizando que os
produtos que ele vende podem ter um problema.
- SER OU PARECER?
- doa publicamente 1 milhão
- Parte desse dinheiro será gasta para
propagandear que a pessoa está dando dinheiro,
- a verdadeira virtude reside principalmente em
ser gentil com os negligenciados,
- A bem da verdade, a simonia e as indulgências
reencarnaram na sociedade laica na forma de jantares beneficentes e
humanitários
- Defender a verdade quando ela é impopular é
uma virtude muito maior, porque custa algo para quem ousa fazê-lo: sua
reputação.
- Algumas pessoas apenas expressam suas
opiniões como parte de uma humilhação coletiva, quando é seguro fazê-lo,
e, na vantajosa transação, acham que estão exibindo virtude. Isso não é
virtude, mas vício, uma mistura de intimidação e covardia.
- Quando a pessoa não entende patavina sobre o
problema (como os especialistas em Washington) e não arrisca a própria
pele, então tudo é visto através do prisma da geopolítica.
- historiadores e especialistas em relações
internacionais que chegam até nós são mais motivados por histórias de
conflito do que por colaboração
- escola russa de probabilidade torna uma
pessoa consciente acerca da necessidade de pensar em termos de
desigualdades unilaterais: o que está ausente dos dados deve ser levado
em consideração — a ausência de Cisnes Negros no registro não significa
que eles não estavam lá.
- antes da descoberta da América, o centro de
gravidade dos negócios estava no Oriente. A expressão “Antes o turbante
dos turcos do que a tiara do papa!”
- São Marcos de Éfeso, e com frequência era
gritado pelos camponeses balcânicos para justificar terem apoiado os
turcos contra seus senhores católicos. Como o leitor já deve saber a essa
altura, eu mesmo vivi de perto a pior parte da guerra civil no Líbano.
Exceto por áreas próximas à Linha Verde, não parecia uma guerra. Mas
aqueles que leem sobre isso em livros de história não entenderão minha
experiência.2
- Religião, crença e arriscar a própria pele
- DEUSES NÃO GOSTAM DE SINALIZAÇÃO BARATA
- O papa é ateu?
- baleado em um atentado em 1981, o papa João
Paulo II
- Em nenhum momento durante o momento crítico
os motoristas da ambulância cogitaram levar João Paulo II a uma capela
para uma oração,
- Estaria em oposição aos dogmas da Igreja
católica, pois seria tida como morte voluntária, o que é proibido.
- maioria dos cristãos (como eu, um cristão
ortodoxo), quando se trata de situações médicas, éticas e de tomada de
decisões, não age de forma diferente dos ateus.
- conforme o truísmo de Warren Buffett, “para
ganhar dinheiro, você deve primeiro sobreviver” — arriscar a própria pele
novamente; aqueles de nós que assumem riscos têm suas prioridades mais
firmes do que o vago pseudorracionalismo dos livros didáticos.
- isso nos leva novamente à propriedade
ergódica (que continuo prometendo explicar, mas ainda não estamos
prontos): para que o mundo seja “ergódico”, não é necessário haver
nenhuma barreira absorvente, nem irreversibilidades substanciais. E o que
queremos dizer com “sobrevivência”? Sobrevivência de quem? A sua? A da
sua família? A da sua tribo? Da humanidade?
- axioma da preferência revelada (introduzido
por Paul Samuelson, ou possivelmente pelos deuses semíticos), como o
leitor há de se lembrar, afirma o seguinte: não será possível ter uma
ideia sobre o que as pessoas realmente pensam, o que prevê as ações das
pessoas, simplesmente perguntando a elas — elas próprias não
necessariamente sabem. O que importa, no final, é o que as pessoas pagam
pelas mercadorias, não o que dizem “pensar” sobre as mercadorias, ou as
várias razões possíveis que elas apresentam, a quem lhes pergunta ou a si
mesmas, para tanto.
- A lógica de correr riscos
- probabilidade de conjunto, e o segundo de
probabilidade de tempo (já que o primeiro diz respeito a um grupo de
pessoas e o segundo concerne a uma única pessoa no decorrer do tempo). Agora,
- Fumar um único cigarro é extremamente
benigno, portanto uma análise de custo-benefício consideraria irracional
desistir de tamanho prazer por tão pouco risco! Mas é o ato de fumar que
mata, um certo número de maços por ano, ou dezenas de milhares de cigarros
— em outras palavras, exposição repetida em série.
- nenhum indivíduo pode obter os mesmos
retornos que o mercado, a menos que tenha bolsos infinitos e não tenha
hora de parar. Isso é fundir a probabilidade de conjunto e a
probabilidade de tempo. Se mais dia, menos dia o investidor tiver de reduzir
sua exposição por causa das perdas, ou por causa da aposentadoria, ou
porque se divorciou para se casar com a mulher do vizinho, ou porque de
repente desenvolveu um vício em heroína após sua hospitalização em
decorrência de uma apendicite, ou porque mudou de ideia sobre a vida,
seus retornos serão dissociados daqueles do mercado, ponto final.
- Qualquer um que tenha sobrevivido no negócio
de assumir riscos por alguns anos tem alguma versão do nosso agora já
conhecido princípio de que “para ter sucesso, você deve primeiro
sobreviver”.
- Coragem egoísta não é coragem. Um apostador
tolo não está cometendo um ato de coragem, especialmente se estiver
arriscando os fundos de outras pessoas ou se tiver uma família para
alimentar.5
- o probabilista Paul Embrechts. Em termos
simples, Embrechts olha para as coisas a partir da cauda. Embrechts
estuda um ramo da probabilidade chamado de teoria do valor extremo, e faz
parte de um grupo que chamamos de “extremistas” — um grupo restrito de
pesquisadores que se especializam, como eu, em eventos extremos.
- Via negativa:
- cidades são diferentes de grandes estados,
continentes são muito diferentes de ilhas. O comportamento coletivo se
altera quando o tamanho dos grupos aumenta, um argumento para o
localismo e contra o globalismo irrestrito.
- permita-me terminar este livro com uma
(longa) máxima, ao estilo via negativa:
- Nada de músculos sem força, amizade sem
confiança, opinião sem consequência, mudança sem estética, idade sem
valores, vida sem esforço, água sem sede, comida sem nutrição, amor sem
sacrifício, poder sem justiça, fatos sem rigor, estatística sem lógica,
matemática sem prova, ensino sem experiência, polidez sem afeto, valores
sem corporeidade, diplomas sem erudição, militarismo sem moral,
progresso sem civilização, amizade sem investimento, virtude sem risco,
probabilidade sem ergodicidade, riqueza sem exposição, complicação sem
profundidade, fluência sem conteúdo, decisão sem assimetria, ciência sem
ceticismo, religião sem tolerância, e, acima de tudo: nada sem arriscar
a própria pele.
Wednesday, November 28, 2018
Arriscando a Propria Pele Nassim Taleb
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