Monday, March 30, 2015

My Struggle: Book 1My Struggle: Book 1 by Karl Ove Knausgård
My rating: 4 of 5 stars

Karl Ove Knausgaard é o Proust da pós-modernidade. Nessa série ele é reconhecido pelo polêmico trabalho de abordar os elementos mais íntimos que formaram suas experiências.

A Morte do Pai é o primeiro tomo da série "MINHA LUTA" e trata-se de uma busca de uma essência do SER a partir de uma rememoração dos eventos da infância, da adolescência e da fase universitária na Noruega até o tempo presente do narrador: escritor e pai de família, num país estrangeiro (Suécia) voltando a terra natal para fazer as pazes com passado e enterrar o Pai, de quem guardava sentimentos confusos de raiva e de um sutil afeto (busca de reconhecimento ou disputa).

Para alcançar a formação do homem, que ao reconciliar-se com seu passado descobre sua essência, a história evolui por meio dos detalhes íntimos da vida do autor. Faz interpolações entre o objetivo e o subjetivo, a partir de eventos do passado na tentativa de extrair as belezas, os medos, os amores e as angústias das trivialidades da vida que impactam na formação do SER.

A escrita rememorativa serve para identificar os traumas acumulados para assim achar sua inspiração que lhe possibilita não apenas realizar-se como escritor, mas também como homem.

Sob minha perspectiva, o autor aborda em uma cadência detalhista as diversas épocas de sua vida e extrai momentos subjetivos em que a essência é manifestada em paralelo aos diversos eventos: desde como lidar com o esporro do pai por conta das notas na escola, ou mesmo, a expectativa frustrada da fantasia da primeira relação sexual passando pela dinâmica de chefe de família na Suécia ou mesmo nos preparativos fúnebres para o enterro do pai e suas macabras reflexões sobre a vida e o perecimento humano.


“For the heart, life is simple: it beats for as long as it can. Then it stops.”


“As your perspective of the world increases not only is the pain it inflicts on you less but also its meaning. Understanding the world requires you to take a certain distance from it. Things that are too small to see with the naked eye, such as molecules and atoms, we magnify. Things that are too large, such as cloud formations, river deltas, constellations, we reduce. At length we bring it within the scope of our senses and we stabilize it with fixer. When it has been fixed we call it knowledge. Throughout our childhood and teenage years, we strive to attain the correct distance to objects and phenomena. We read, we learn, we experience, we make adjustments. Then one day we reach the point where all the necessary distances have been set, all the necessary systems have been put in place. *That is when time begins to pick up speed*. It no longer meets any obstacles, everything is set, time races through our lives, the days pass by in a flash and before we know that is happening we are fort, fifty, sixty... *Meaning requires content, content requires time, time requires resistance.* Knowledge is distance, knowledge is stasis and the enemy of meaning. My picture of my father on that evening in 1976 is, in other words, twofold: on the one hand I see him as I saw him at that time, through the eyes of an eight-year-old: unpredictable and frightening; on the other hand, I see him as a peer through whose life time is blowing and unremittingly sweeping large chunks of meaning along with it.”


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3 comments:

  1. Porque é que um sono agita
    Em vez de repousar
    O que em minha alma habita
    E a faz não descansar?

    Que externa sonolência,
    Que absurda confusão,
    Me oprime sem violência
    Me faz ver sem visão?

    Entre o que vivo e a vida,
    Entre quem estou e sou,
    Durmo numa descida,
    Descida em que não vou.

    E, num infiel regresso
    Ao que já era bruma,
    Sonolento me apresso
    Para coisa nenhuma.

    Fernando Pessoa

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  2. Understanding the world requires you to take a certain distance from it.

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  3. Meaning requires content, content requires time, time requires resistance.* Knowledge is distance, knowledge is stasis and the enemy of meaning.

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